Acima dos Céus

Imagina só

de repente uma nave para

saí um ser diferente e te diz

que não quer te fazer mal

só quer falar com você

sobre como se vive

 nessa fazenda de gente

saber porque está tudo tão diferente

familias morando em gaiolas frias e pequenas

pessoas paradas depressivas

relembrando do passado de ouro

e sonhando com o futuro brilhante

Isso é verdade

Por favor

Fala comigo

Não sei o que há

nas salas de sua mente

Existe um vácuo aqui

ou eu estou cego

O que houve com a idéia de deixar 

a energia fluir

deixar a sua fantasia rolar

Isso é verdade

Por favor fala comigo

Eu vivi antes da era do gelo

sou um orquestrador

cruzei o universo para

 buscar estrelas perdidas

Mas o cheiro do novo mundo

é de queimado

Isso deve ser apenas 

uma mudança climática

Vamos ver

Vou comprar o meu ticket

sentar em uma cadeira confortável 

aonde eu possa ver e ouvir tudo

Vamos ver a tão nova 

mãe Terra queimar

quero ver e ouvir tudo

Por aí, aonde?

  A cada passo, em cada esquina, pelos guetos de nossa babilônia, corre solto o pensamento de que estamos nos atrasando para produzir. A fome por informação e a sedenta vontade de saber, juntam-se em um coro de instigação: - vai inventa, faz algo, não quer não, então copia! Nessa lógica covarde do "dá ou desce", se cria o oscilante limite entre produzir e ser produtivo, produzir no sentido de algo que foi construído pelos questionamentos vivenciados pelos sujeitos, os olhares e opiniões, e ser produtivo como algo que o sistema quer que você seja, por exemplo, sua força de trabalho e a sua mão de obra, o que se refere a manutenção do capitalismo. Nessa gangorra , subimos e descemos sem encostar o pé no chão, sendo impulsionados, nesse vai e vem de teorias e práticas que somos acorrentados. Aproveitar o momento do salto para fora do parquinho é essencial, nesse instante podemos correr solto pelos jardins suspensos de liberdade, anunciando aos quatro ventos mudos que por ai, a notícia caiu na rede.